O saxofonista e compositor jazzístico norte-americano
John William Coltrane nasceu na cidade de Hamlet, na Carolina do Norte, no dia
23 de setembro de 1926. Ele é até hoje considerado pelos críticos como um dos
melhores músicos de jazz da história musical. Seu poder de inspirar músicos de
todo o Planeta não se restringe apenas aos círculos do jazz, ele atinge tanto
os roqueiros quanto os que cultivam um estilo mais erudito.
John herdou da família sua inclinação musical. Seu pai,
John Robert Coltrane, um alfaiate, executava melodias no violino, enquanto sua
mãe, Alice Blair Coltrane, integrava o coro da Igreja. Ao completar dois meses
de idade, ele parte com seus familiares para High Point, também na Carolina do
Norte, quando seu avô, o Revendo William Blair, assume uma posição na Igreja
Metodista Africana Episcopal de Sião.
Aos 13 anos ele encerra seu curso primário e ao mesmo
tempo perde seu pai, o tio e seus avós em apenas um mês. Só ele, a mãe, uma tia
e seu primo sobrevivem. Sua genitora é obrigada a trabalhar como empregada
doméstica para dar suporte à família. Nesta mesma ocasião ele concluía seus
estudos secundários. Seu primeiro instrumento é o clarinete, com o qual ele
desenvolve seus dons musicais. Mas logo o músico o troca pelo saxofone alto.
Suas inspirações musicais neste período foram o sax tenor Lester Young e Count
Basie.
Alguns anos depois, em Nova Jérsei, John passa a
estudar na Ornstein School of Music e no Granoff Studios, ao mesmo tempo em que
trabalha numa refinaria de açúcar. Nesta mesma época ele inicia sua vida
noturna, apresentando-se em alguns bares. Em 1947 ele assume uma carreira
profissional. Nos primeiros anos ele não finca raízes em lugar algum e só
conquista o prestígio com a supervisão de Miles Davis, que o ajuda a depurar
sua sonoridade.
Coltrane se une definitivamente ao Miles Davis Quintet
tocando seu sax tenor, progredindo com tamanha velocidade, que logo se
transformou em um dos principais elementos deste grupo. Tragicamente, porém,
ele foi dispensado do Quinteto em 1957, ao ser flagrado consumindo heroína.
Algum tempo depois, livre das drogas, ele toca por algum tempo com Thelonious
Monk.
Sua atuação principal na esfera musical se deu entre
1955 e 1967, período no qual ele renovou o ritmo jazzístico e marcou
intensamente várias gerações musicais. John compôs pelo menos 50 músicas nesta
fase mais criativa. Com os saxofones tenores Coleman Hawkins, Lester Young e
Sonny Rollins, ele subverteu as possibilidades de seu instrumento. Sua fama o
levou inclusive a ser citado excepcionalmente na entrega do Prêmio Pulitzer de
2007.
O primeiro álbum importante de Coltrane, lançado em
1957, à frente de um conjunto, o Blue Train, é considerado um de seus melhores
trabalhos. Neste mesmo ano ele retorna ao Miles Davis Quintet, conquistando
críticas positivas e um convite para gravar na Atlantic. Sua antológica
interpretação da canção Giant Steps, na qual ele foi acompanhado por piano,
baixo e bateria, o posicionou com destaque e louvor na história do jazz. Depois
deste sucesso ele deixa o Quintet e inicia um novo projeto com o pianista McCoy
Tyner, o baixista Jimmy Garrison e o baterista Elvin Jones.
Nos anos 60 John Coltrane traz a público outro
clássico, My Favorite Things, que marca uma etapa distinta em sua trajetória
musical, mais voltada para o minimalismo, as melodias hipnóticas e extensos
solos repetitivos. Rotulado como anti-jazz, este estilo provoca no âmbito
musical uma intensa maré criativa.
Em meados da década de 60 o músico, depois de compor A
Love Supreme, inicia a busca de um rumo mais vanguardista; sua banda recruta
mais instrumentistas, acrescentando um baixo e depois outra bateria.
John Coltrane parte no auge
de sua carreira, no dia 17 de julho de 1967, vítima de um câncer no fígado. Ele
foi sepultado em Farmingdale, na cidade de Nova York.
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